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domingo, 15 de fevereiro de 2015

Há muito, muito tempo, num lugar especial, quando ainda havia muito peixe...


Como o mar está mau e o peixe escasso, decidi hoje aqui contar-vos uma estória que fui buscar ao baú das recordações, onde as fotografias já vão ganhando o bafio dos anos…
Pois aconteceu há muito, muito tempo, se a memória não me falha, a estória que vou contar, e isto apesar de o tempo ser sempre algo muito relativo…


Era uma vez cinco amigos, que, aproveitando a previsão de um dia de inverno daqueles que aparecem muito poucas vezes, decidiram arriscar fazer 200km para tentar um mergulho num spot especial, desconhecido de quase todos, mas de que alguns já tinham ouvido falar, algures na costa vicentina.
A recolha começou cedo, pouco depois das sete, em Almada, e pelo caminho fomo-nos encontrando com os restantes para iniciar a viagem rumo a sul, num carro carregado de tralha e com problemas na bateria, mas cuja tração integral contávamos que nos pudesse safar nos caminhos difíceis que sabíamos ter que trilhar. Pelo caminho falava-se de tudo um pouco, que nem sempre tínhamos as oportunidades que gostaríamos para pôr a conversa em dia.
Quanto à pescaria, o sentimento inicial era de desconfiança, já que as águas andavam frias e as últimas saídas de pesca que cada um de nós tinha feito nos dias anteriores apontavam para haver pouco peixe. A chegada ao local, recordo-me agora, foi magnífica, pois demos com um cenário esplêndido apesar de a distância dos anos alindar sempre um pouco as memórias, mas de facto era um pesqueiro bonito, com água luza e que o dia luminoso tornava ainda mais clara… Apetecia mesmo ir para dentro de água, mas tínhamos uma bela duna e mais uma boa escarpa para enfrentar até chegar ao mar, daquelas que nos fazem pensar que, se a pesca corre bem, “estou lixado com F grande para carregar o material até ao carro”. Bem, toca mas é a vestir e a despachar, que para lá é a descer, e meia horinha depois estávamos já todos prontinhos para entrar na água e a tirar os azimutes às pedras, a que tínhamos tirado as medidas cá do cimo da ravina.
Entrados na água esta apresentava-se praticamente transparente, mas fresquinha (13º), como já se esperava, com algum peixe a dar sinal de vida e de que a coisa podia afinal compor-se. Apesar de, ao fim de hora e meia de pesca, apenas ter um belo choco e dois polvos, eu, o Guia e o Rosado não desistimos e fomos andando para norte, que o bruto do Mourinha tinha logo dito que queria ir para fora e para sul à procura de troféus. Lembro-me que passei pelo Guia, que me surpreendeu já com uma bela dourada no enfião, e de seguida levei um baile de 3 robalos enquanto um dente me chateava a cada mergulho e me dificultava as compensações.


Mas, de um momento para o outro, a pesca virou, fiz uma dupla de sargos num buraco e até me passou a dor no dente, de seguida passei pelo Guia que estava à volta de uma laje de onde já teria tirado uns quatro ou cinco sargos e logo depois fui chamado pelo Rosado, que já tinha uma linda saima no enfião, para o ajudar numa laje que parecia uma fonte de sargos, onde ele já tinha feito duas triplas e cujos habitantes, não obstante, continuavam a sentir-se confortáveis.


Foram umas duas horas de pesca à antiga, como hoje já não se usa, abundante mas seletiva e em que todos trouxemos os exemplares necessários para repôr os níveis das arcas, algo depauperadas pelos últimos meses de mar agreste. Para finalizar ainda apanhei um belo rascasso e mais dois polvos, e eis que chegada a hora combinada, tudo de papo cheio, regressámos a terra com as pranchas mais pesadas, onde já nos aguardava o Mourinha com um sorriso de orelha a orelha, que o Paulo esse já tinha iniciado a escalada do Everest.


Após a arrumação do material e as fotos da praxe, carregadinhos de boas memórias, olhámos para a escalada que nos esperava e disse a mim próprio mais uma vez que nesse dia ia iniciar uma dieta, já que tinha uns 20 ou 30kg a mais que os restantes para carregar (e não estou a falar de peixe). Escalámos o Pirinéu, alguns com mais dificuldades que os outros (e que saudades eu tive nesse momento das saídas de barco, mesmo que fosse um velho zebro) e quando chegámos aos carros, lá saiu mais uma vez a pergunta do dia: “Aconselhavas esta experiência a um amigo teu?” Resposta: "Só se fosse mesmo muito, muito amigo..."


Faina arrumada, que havia muito quem olhasse para o relógio, arrancámos com pressa, mas, como a fome atormentava algumas almas menos nutridas, ainda tivemos que parar a meio caminho para degustar uma bela bifana na “da Sónia”, à saída de Vila Nova de Mil Fontes, que como sabe bem quem anda nestas andanças, soube a manjar. Volvidos tantos anos, às vezes a saudade aperta e lembro-me que um destes dias teremos de voltar lá, aos mesmos locais, se possível desta vez com a “Cnocasub” como companhia, embora todos saibamos que há anos e dias que nunca mais se repetem…
Com um abraço subaquático,

Rogério Santana

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Pesca de Inverno no Algarve – Desta vez em 2015…


Numa recente passagem por Portimão consegui arranjar tempo para uma saída de pesca submarina com os meus amigos João Rosário e Bruno, acompanhados ainda pelo Cabo CM Rei.        
As condições estavam ótimas, mau grado as previsões desanimadoras do João que apontava para a possibilidade de a água se encontrar suja. Tal não se verificou e assim todos pudemos usufruir de um belíssimo dia de Pesca Submarina. Todos menos o João, que se cortou ao mergulho em cima da hora por causa de uma “noite mal dormida”. Ainda assim não quis deixar de assumir as suas responsabilidades de anfitrião conduzindo-nos a excelentes Spots que só ele conhece.
Assim a pesca lá se foi compondo. Primeiro capturei dois belos chocos num único tiro: encontravam-se juntos, já em pleno ritual de acasalamento, e consegui colocar-me no enfiamento de ambos capturando assim os dois de uma vez.
Mudança de local e bingo, avistei desde a superfície um belo salmonete, que capturei num coulée perfeito, daqueles de fazer inveja ao meu amigo Eurico, alegadamente especialista na captura desta espécie de inegável valor gastronómico. Posteriormente capturei nas proximidades uma abrótea, enquanto o Bruno também ia juntando várias capturas à pescaria.
Novo Spot, desta vez mais fundo, e mais uma vez uma bela abrótea se veio juntar ao enfião.
Aqui o João avisou logo que haveria safios, e com efeito passado pouco tempo um safio de cerca de 8 kg veio fazer companhia às capturas já efetuadas. Mas o João insistiu que era provável que ainda aparecessem mais safios pelo que não me fiz rogado e insisti na pesca ao buraco. Esta opção veio a revelar-se frutuosa, pois após alguns mergulhos deteto um grande safio numa fenda. Atirei ao peixe, mas este ficou vivo e cheio de força pelo que optei por não arriscar a tentar tirá-lo do buraco. Assim chamei o Bruno que me foi trazendo armas até, após três tiros, conseguir apagar o peixe. Revelou-se de facto um grande safio, conforme poderão constatar abaixo… Pois é, quem mergulha com o Rosário arrisca-se sempre a poder fazer capturas destas!      


Com um abraço e votos de grandes capturas,

António Mourinha