segunda-feira, 26 de julho de 2021
XIV Encontro de Pesca-submarina do CNOCA - Peniche 2021
segunda-feira, 19 de julho de 2021
Campeonato Nacional de Pesca-submarina - Nazaré 2021 / Resultados
No fim de semana de 26 e 27 de junho, realizou-se, finalmente, o Campeonato Nacional de Pesca-submarina na Nazaré.
Os atletas já
ansiavam por esta prova desde meados de 2020, que era sucessivamente adiada por
razões pandémicas ou meteorológicas. Felizmente, no último fim de semana de junho estavam reunidas as condições para a realização da prova, concretamente entre as zonas dos Salgados
e a Foz do Arelho. E, assim foi, para mal de muitas tainhas, salemas, bodiões e
os demais.
As condições de mar nas semanas que antecederam a prova não deixaram margem para
uma boa prospeção, pelo que a maioria dos atletas
deslocou-se para a zona de prova no dia anterior ou mesmo no dia da prova. Os
atletas do CNOCA não foram exceção, no
meu caso, cheguei ao porto de abrigo da Nazaré no dia 25 pelas 11 horas da manhã e
iniciei uma voltinha de reconhecimento pela zona 1, e embora a visibilidade
fosse fraca, (água esverdeada e com muitas algas em suspensão), observei vários
cardumes de “salemossauros”, tainhas muito acessíveis, sargos de bom porte e
alguns robalos, estes muito duvidosos em termos de peso.
Na zona 2 o Hugo
da Guia e o Rogério Santana faziam o mesmo, e mais tarde juntamente com o Jorge
Luz e o Tiago Mota, trocamos todos umas impressões para concluir que na zona 2
o peixe era mais fraco mas a visibilidade melhor. Era também consensual de que havia pouco peixe por fora,
um sinal de que iria ser um primeiro dia de prova difícil.
No sábado a 1ª jornada teve o seu início com a habitual partida louca em direção aos pesqueiros, e eu resolvo ficar na
ponta de pedra mesmo em frente ao início da prova. Com boa visibilidade consegui identificar uns robalos, mas de porte muito pequeno, e logo de seguida
um bodião pontuável, que atiro prematuramente e acaba por rasgar. É aqui
que a concentração de um caçador submarino tem de estar em modo zen, deixar
fugir pontos logo nos primeiros 5 minutos não é bom. Há que manter a calma e
continuar a prova, no entanto, acabo por não ver mais peixe pontuável naquela zona
e perder uma hora de prova.
Sem um único
ponto na geleira, rumo a sul à procura de um pesqueiro, isto porque no dia anterior
só tive tempo de reconhecer a zona 1. Com o instinto apurado, abrandei numa
zona de laje, e assim que entro na água “faturei” 3 bodiões em menos de 15
minutos, nada melhor para restabelecer a calma e ganhar confiança.
Continuo a percorrer aquelas lajes de pedra à barbatana, até que descubro uma salema num buraco mesmo na zona da rebentação. Um tiro mal calculado e o peixe acaba por rasgar, outro peixe rasgado e, começam novamente aqueles pensamentos - “devia ter esperado para dar um tiro mais certeiro”, “se calhar o arpão está torto”... Enfim, com o tubo na boca também não dá para praguejar, e na pesca isso não ajuda em nada.
Continuando mais
para Sul, mas já a recear pelas horas a passar. Acabo por arriscar noutra zona de
rebentação e consigo faturar um sargo entocado. A rebentação era forte e a minha boia andava a bater nas pedras, quando a recolho para pendurar
uma salema, o sargo já não existia, tinha desaparecido do enfião sem mais nem menos. Não foi por falta de aviso do Hugo da Guia, que na Madeira já tinha perdido um
peixe do meu enfião... ao que parece é demasiado curto, lição aprendida mas da
pior maneira.
Rasgar peixe já
custa aceitar, perder peixe do enfião é inaceitável, ainda por cima por culpa
própria. Nesta altura já me apetecia dar murros na tromba até aparecer o peixe.
Ainda assim, consigo arpoar outro sargo e levar 5 peixes à pesagem, mas que na balança por falta de 20 e 40gr nos bodiões, só pontuei com 3 peixes, ficando no 39º lugar da geral. O Tiago Mota, o Jorge Luz e o Hugo da Guia apresentavam um bom enfião e o Rogério Santana apresentava uma moreia com 4kg, sendo eu o último classificado da equipa do Clube.
Mas isso não me
fez perder a fome ou a sede, enquanto apreciava um bom pedaço de carne grelhada
ao jantar e rematava com um tinto reserva, focava-me o dia seguinte. É aqui que
temos de manter o equilíbrio mental, porque a vontade de virar costas e
esquecer a prova é grande, no entanto, é preciso oxigenar o cérebro, perceber
os erros para emendá-los e continuar a remar contra a maré, “porque amanhã ainda é dia de prova”.
Domingo, 2º dia de prova,
zona 1, sinto-me mais focado e mais relaxado. O ambiente da prova também leva a
isso, a competição é quase feita entre amigos, alguns atletas competem há
décadas e até caçam juntos, portanto trata-se de uma competição saudável e não
de rivalidade clubística e provocações físicas como em alguns desportos.
Devido ao mar
ter maior vaga no segundo dia, opto por uma zona mais abrigada, e nessa zona
aposto nas pedras mesmo à borda de água. Isto porque o consenso era geral, não se
via peixe por fora, a vaga era maior e mesmo com maré vazia, acreditei que o
peixe estivesse encostado e escondido.
Começo a
descobrir sargos entocados a 1 metro de água, alguns de bom porte. Mudei a arma
para uma baby de 60, porque os buracos eram muito curtos e lentamente vou
metendo pontos no enfião, que desta vez estava trancado em 2 pontos, e com 3
horas de prova tinha 7 sargos que claramente pontuavam, o maior com 1,6 kg, 2 bodiões e 1 abrótea
com 2 kg. Segui aquela velha máxima, de não sair de perto do peixe, para outro sítio onde não se sabe se há peixe. Já com 4 horas de prova faço uns agachons na expectativa de arpoar uma tainha
ou salema que já as tinha visto, e numa
dessas esperas, entra um robalo de kilo a tiro. Atrás desse aparece outro
maior, contudo nem me lembrei que tinha uma arma curta, tantas horas a matar peixe com aquela arma e mesmo assim..., o arpão nem lhe tocou, e
os robalos piraram-se. Má decisão minha de fazer ali umas esperas com arma de
60, com medo de perder tempo e ir ao barco trocar.
Nesta altura
comecei a sentir o cansaço acumulado nas pernas das apneias curtas mas sucessivas,
que fazia naquelas pedras há cerca de 4 horas. Decidi parar para hidratar
e alimentar-me, chegando-me mais perto do bote da federação onde terminava
a prova. Aí perto, numa pedra que quase chegava à superfície e onde ainda caçavam cerca de 4 atletas,
consegui meter mais dois bodiões na geleira e levar 12 peixes à pesagem. Nada
mau comparado com outros atletas que não encontraram peixe e sofreram com as
condições de mar.
Nesse dia
consegui terminar em 17º lugar e recuperar alguns lugares na geral, acabando o
campeonato em 23º. Destaque para o Tiago Mota, 15º lugar da geral, e para as provas sofridas no segundo dia do Jorge Luz que o atirou para o 24º lugar, bem
como o Hugo da Guia e do Rogério Santana que terminam em 37º e 40º, num total de
67 atletas, onde alguns nem pontuaram.
Costumo dizer que nestas provas não há bons ou maus atletas, porque é uma combinação de estratégia, técnica, condição física, e claro, sorte. Basta um destes elementos não estar alinhado e a prova não será bem sucedida. É preciso muita experiência para ser um bom caçador submarino, mas ainda é preciso mais para triunfar numa prova deste calibre.
Parabéns ao novo campeão nacional, André Domingues.
terça-feira, 18 de maio de 2021
Campeonato Regional de Pesca-submarina - Madeira 2021 + Troféu Dia da Marinha 2021 / Resultados
.
Decorreu ontem, dia 16 de maio, o Campeonato Regional de Pesca-submarina - Madeira 2021 e a atribuição do Troféu de Pesca-submarina do Dia da Marinha 2021. A organização deste evento deu-se por iniciativa do sócio atleta Pedro da Guia, o qual, por o calendário de provas da Federação Portuguesa de Atividades Subaquáticas (FPAS) não contemplar nenhuma prova na Região Autónoma da Madeira (RAM), desenvolveu o projeto que levou à candidatura oficial do Clube Náutico dos Cadetes e Oficiais da Armada.
Assim, em parceria com a
Associação de Natação da Madeira (associação territorial da FPAS na RAM) e o Clube Desportivo e Cultural do Porto Moniz, bem como com o apoio de diversas
instituições, empresas/particulares e pessoas a título individual, nos últimos
2 meses afinou-se o plano e garantiram-se os pilares essenciais ao evento.
A prova do passado domingo realizou-se sob condições favoráveis para a prática da modalidade, embora não seja muito
habitual na RAM efetuar pesca-submarina com a meteorologia e oceanografia
presentes. Os atletas contaram com ondulação até 1 metro de NE, vento com cerca
de 13 nós da mesma direção e visibilidade entre os 3 e os 15 a 20 metros,
dependendo do local da zona de prova.
Tendo os atletas comparecido à hora marcada, procedeu-se à reunião técnica/arbitragem e ao processo de acreditação dos mesmos. Simultaneamente, face à situação pandémica que vivemos, foi medida a temperatura corporal de todas os atletas e preenchido o termo de responsabilidade previsto nas orientações da Direção Geral de Saúde e no Plano de Contingência Específico para o Campeonato.
Em paralelo, as embarcações de apoio ao Plano de Prevenção, Segurança e Emergência foram colocadas na água e acertados aspetos de pormenor ao nível das comunicações e outros.
Após os 29 atletas inscritos se terem equipado e tirado a habitual fotografia da praxe, os atletas entraram na água por forma a ser dado o “tiro de partida” às 0917. Nas 5 horas seguintes os pescadores-submarinos, dividindo-se para Este e Oeste do porto de abrigo do Porto Moniz, deram o seu melhor na tentativa de capturar exemplares válidos.
Os nossos 5 atletas, Rogério Santana, Hugo da Guia, Pedro da Guia, Tiago Mota e Mário Andrade, optaram por pescar na zona mais a Este, em concreto entre o porto de abrigo e os Ilhéus da Ribeira da Janela (limite Este da zona de prova), e em cotas entre 1 e os 18 metros de profundidade.
O Rogério acabou por capturar 3 peixes (2 válidos), o Hugo da Guia 7 (5 válidos), o Pedro da Guia 2 (válidos), os quais foram apanhados logo nos primeiros 50 minutos tendo depois passado o resto da prova sem qualquer peixe, o Tiago Mota 8 (válidos) e o Mário Andrade 3 (2 válidos), um dos quais um fura-vasos, espécie não contemplada.
Face às condições presentes e à extensão da zona prova, foi notório o esforço de alguns atletas para chegarem em tempo ao porto no final das 5 horas de prova. Foram vários os pescadores que pescaram no limite Este, ou seja, a mais de 1.400 metros do local da partida. São exemplos disso o Hugo da Guia, o Rogério Santana e por fim o Pedro da Guia, bem como o Diamantino Dias do Estoril Praia – Marisco da Praça.
No final evidenciaram-se algumas pescas e exemplares de bom porte, ficando claro que os lugares individuais do pódio seriam discutidos entre 4 a 5 atletas.
Após a entrega do pescado os
competidores foram brindados com uma boa e reconfortante refeição, aproveitando-se o
momento para a entrega da camisola e t-shirt alusivas ao evento.
Posteriormente iniciaram-se as
pesagens, as quais sob um forte registo fotográfico, tiveram a melhor atenção
da audiência. Foram vários os atletas que viram alguns dos seus exemplares cair por algumas
gramas na balança, outros foram mais felizes, tendo havido também quem fosse
alvo de penalização por uma avaliação errada no peso das suas capturas.
Enquanto assistiam, os atletas partilharam os seus melhores momentos, os mais
difíceis, conviveram e certamente também contaram algumas mentiras, não fossem
eles pescadores.
Seguiu-se a entrega de TODO o pescado à instituição de solidariedade social, o Lar de Idosos do Porto Moniz – Fundação Mário Miguel, o qual, na pessoa da sua diretora, agradeceu o importante e significativo gesto.
De seguida deu-se a apresentação das classificações e entrega dos prémios, tendo por fim sido sorteado, de forma muito animada e na presença do Presidente da Câmara do Porto Moniz, mais de 20 brindes. Salienta-se a entrega do Troféu de Pesca-submarina do Dia da Marinha 2021 - Maior Exemplar ao atleta Henrique Martins, pela captura de um majestoso badejo com 6,445kg, e o Troféu Matthias Sandeck - Melhor Exemplar (por nomeação dos atletas e em homenagem ao atleta da seleção nacional falecido no último europeu da modalidade) ao atleta Cláudio Vieira, pela captura de um magnífico serra (serrajão) com mais de 4,4 kg.
Agradece-se publicamente aos
nossos 5 atletas, os quais, com um esforço pessoal enorme, se deslocaram dias
antes para a Madeira, e sob condições de mar difíceis tentaram reconhecer a zona
de prova e adaptar-se a um mar e espécies muito diferentes das que estão
habituados a pescar. Com despesas assumidas pelos próprios, contaram com a
hospitalidade única e imprescindível do sócio atleta Pedro da Guia, atualmente residente na Ilha
da Madeira, e de um camarada de Marinha em serviço na RAM. OBRIGADO.
Realça-se ainda o contributo desta prova para a ciência e investigação, através da disponibilização à Secretaria Regional de Mar e Pescas dos dados morfométricos (comprimento e peso) das espécies capturadas por atleta, que juntamente com outra informação recolhida se destina à caraterização da pesca lúdica, em específico da modalidade em causa.
Obrigado a todos, obrigado aos atletas.
sábado, 1 de maio de 2021
Campeonato Regional de Pesca-submarina - Póvoa de Varzim 2021
Hoje o nosso Clube estará representado no Campeonato Regional de Pesca-submarina na Póvoa de Varzim. A prova tem a duração de 5 horas e serve de apuramento para o Campeonato Nacional.
Os sócios presentes serão o Rogério Santana, Hugo da Guia, Jorge Luz e Tiago Mota, os quais não terão tarefa fácil face às previsões meteorológicas. O vento prevê-se superior a 20 nós de N-NW... típica Nortada.
Fica uma mensagem de incentivo... Fogo à Peça!
sexta-feira, 23 de abril de 2021
Troféu de Pesca-submarina do Dia da Marinha 2021 / Campeonato Regional de Pesca-submarina - Madeira 2021
O Clube Náutico dos Oficiais e Cadetes da Armada (CNOCA) juntamente com o Clube Desportivo e Cultural do Porto Moniz e a Associação de Natação da Madeira, irá levar a cabo a organização do Campeonato Regional de Pesca-submarina - Madeira 2021, em simultâneo com o Troféu de Pesca-submarina do Dia da Marinha 2021.
Assim, no dia 16 de maio (dia de reserva - 15 de maio), terá lugar em Porto Moniz o Campeonato Regional. Embora a zona de prova seja selecionada com aproximadamente 72 horas de antecedência, existe neste evento a seguinte precedência: Porto Moniz, Ponta do Sol (reserva) e Machico (reserva).
O programa e restante informação consta no edital do evento publicado em http://www.fpas.pt/evento/60-campeonato-regional-de-pesca-submarina-madeira-2021, remetendo-se de seguida os horários mais relevantes:
Dia |
Hora |
Acontecimento |
Responsável |
Local |
|
Início |
Fim |
||||
15 |
18:00 |
19:00 |
Briefing do evento |
Diretor evento |
on-line |
16 |
08:00 |
08:10 |
Concentração |
Todos |
Zona de prova |
08:10 |
08:30 |
Reunião Técnica Reunião Arbitragem |
Diretor técnico Juiz chefe |
||
08:30 |
08:50 |
Preparação dos atletas |
Atletas |
||
08:50 |
09:00 |
Chamada dos atletas |
Diretor técnico |
||
09:00 |
14:00 |
Realização da prova |
Todos |
||
14:00 |
14:15 |
Entrega do pescado |
Todos |
||
14:45 |
16:00 |
Pesagens |
Diretor técnico Atletas |
Porto Moniz Molhe Porto de Abrigo |
|
16:00 |
17:00 |
Sorteio de material Entrega de prémios |
Diretor evento Diretor técnico |
||
17:00 |
17:15 |
Agradecimentos |
Diretor evento |
Embora as inscrições tenham de ser efetuadas na área privada das entidades coletivas filiadas na FPAS (http://www.fpas.pt/login), o CNOCA encontra-se disponível para qualquer questão através o e-mail cnoca@marinha.pt.
Votos de muitas inscrições e uma boa prova, bem como de agradecimento a todas as entidades envolvidas e apoios prestados.