Depois dos importantes eventos das mensagens anteriores, faço agora aqui uma narrativa de pesca submarina bem mais comezinha:
Era sábado de manhã quando telefona o amigo Mourinha a propor indecentemente arrancarmos às 5 da manhã de Domingo para águas mais a Sul. Como já havíamos falado nisso, eu já me tinha munido das previsões do guru confirmadas pelas bóias de que havia alternativa bem mais interessante e menos onerosa – irmos para a praia da Foz! Mais tarde confirmou-se ser exequível e assim ficou: “às 6 em tua casa”.
Eram 6 e lá estávamos nós a juntar tudo num carro. A noite tinha sido difícil depois da derrota com a Alemanha e a digestão das cervejas e dos caracóis. Confirmou-se depois que era mal geral e que ninguém havia dormido mais do que 4 horas. Fizemos então tempo nos preparativos pois estavam a chegar o Santana e o Viegas. Com o dia farrusco, aquela disposição matinal e o mar a fazer mais barulho do que o esperado, lá nos fizemos ao mar que até estava limpo e com boa temperatura. Como na borda a força do mar era considerável, depressa fomos deixando terra mais para trás e procuramos relevos. Mergulho após mergulho fomos adivinhando que o peixe estaria mais na borda porque ali nada se via. O Mourinha e o Viegas optam para rumar diretamente para terra mas eu e o Santana rumamos contra a forte corrente mas paralelamente à costa. A dada altura uma boa abrótea relembra-me o que ali andava a fazer e faz-me lembrar que o nosso mar apesar de duro e exigente acaba sempre por recompensar mesmo aos mais medianos como eu. Logo de seguida noutra prospecção às profundezas (aproximadamente 7mts) vejo um sargo e logo de seguida um grande lombo se apresenta, penso que vai correr a laje mas ao ver-me apenas a cabeça, apresenta-se franca de lado uma linda saima . Apago-a de imediato, tomo-lhe o tamanho fazendo logo planos para o tempero no forno e ao cruzar a superfície solto uma sonora gargalhada submarina e prendo-a com cuidados redobrados no enfião e aprecio-lhe por várias vezes as formas. Para mim a pesca estava feita e nada me podia estragar o dia pelo que acabei por andar entretido com o Santana a palitar sargos impossíveis entre pedras. Finalmente chegou a hora combinada e todos saímos com o mar a ganhar força.
Já cá fora concordámos mais uma vez que quem inventou a pesca submarina não era com certeza banhado por um atlântico….frio, sujo e revolto. Não é nada fácil ser-se pescador submarino em Portugal continental.
Depois seguiram-se as fotos da praxe a todos os que tinham pescado... e também a quem não tinha pescado, pois estava lá um senhor, ao que consta juiz internacional de pesca submarina, que parece que apareceu apenas para dar prestígio, é que peixe, nada... mas não digo quem foi, adivinhem se puderem...
Com um abraço,
Nuno Rosado
Uma manhã muito bem passada na companhia de pessoal cinco estrelas!
ResponderEliminarNuno Rosado
Belos peixes Nuno. Quanto ao nosso amigo juiz internacional, temos que compreender que a exemplo de outros grandes pescadores passou da fase de caçador de trofeus a defensor da natureza. Assim nao e de estranhar que entre no seu quintal apenas para ver como esta a fauna, a exemplo, alias, do que já tinha acontecido no Domingo anterior, no importante evento aqui documentado. Abraços do Eurico Vale
ResponderEliminarBelo relato, Nuno.
ResponderEliminarFoi uma bela manhã, mas muito sofrida quanto a pesca. Também eu estava meio ressacado, mal dormido e com muito pouco jeito para a coisa. Já devia ter aprendido que ir para o mar com 4h de sono, não ajuda nada. Não fosse o porquito que me veio visitar (e que belos filetes deu no dia seguinte...) e 2 chocos que me deram uma abébia, e também eu tinha feito uma bela grade.
Mas é assim esta nossa bela actividade. Um dia do caçador, vários da caça.
Abraço e até à próxima.
Quanto ao sr juiz, um dia destes aparece com uma corvinita para nos calar.
Boas,
ResponderEliminarquero comentar este post há uns dias mas não tem sido fácil com a net.
Nuno, obrigado pelo post, pelos contributos e boa disposição.
Um grande abraço a todos!