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segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Anchovas de S. Miguel...


Como sabem, encontro-me em comissão na ilha de S. Miguel desde Outubro de 2008. Ao longo do ano, a temperatura das águas oscilou entre os 15 (Janeiro a Março) e os 21 (Agosto a Outubro) graus. Desde Julho que é relativamente frequente ver-se duas ou três anchovas por mergulho, sendo que estas são extremamente desconfiadas em mar aberto, excepto em algum momento de sorte onde se possa ver um cardume de dimensão razoável e escolher um exemplar. No entanto, no fim da enchente e na praia mar, é relativamente comum dar com elas a caçar na espuma, quase em seco. É nessa altura que se podem fazer belas capturas de exemplares que podem atingir os 7 ou 8kg, apesar de a maior que já capturei ter 4,6kg. O tiro deve ser certeiro, pois o peixe tem muita força e a sua carne rasga com alguma facilidade, levando-nos ao desespero completo. Mas a sensação de ter apanhado um peixinho destes é do melhor. Ao longo do ano terei apanhado umas oito ou dez, e acreditem que escalada na grelha dá uns belos petiscos.



A primeira e maior que apanhei entrou-me ao agachon a 7m em Junho, quando ainda não estava preparado para tal e mal me viu deu meia volta e começou a afastar-se. Como estava bem armado (100 com dois elásticos de 16, duas voltas de fio e carreto), arrisquei o tiro e acertei na zona da barriga, dando-lhe espaço para não se rasgar. Ao fim de talvez um minuto e quando estava quase a meter-lhe as mãos, vi-a rasgar-se e desaparecer no azul, para grande desespero meu, como devem imaginar. Continuei a minha caçada (apesar de a considerar estragada), por mais algum tempo, batendo alguns buracos e fazendo umas esperas quiçá imaginando a entrada de uma irmã ou da mãe… No final da caçada, quando regressava passando por uma fenda onde já tinha antes dado com uns cavacos, vi a 15 metros um peixe a estrebuchar junto ao fundo, numa zona de areia entre duas rochas e rapidamente percebi que era ela. Mergulhei e quando cheguei perto, disparei e trouxe-a para cima comigo. Afinal o azar anterior tinha-se tornado numa chouriçada monumental, pensei ao colocá-la no enfião.


Este episódio serviu-me para mais uma vez confirmar que a solução está na persistência e que só indo à água sempre que possível se arranjam umas histórias para contar.
Boas caçadas,
Rogério Santana

2 comentários:

  1. Belos peixes... E boa história! Desses nunca apanhei! Espero poder corrigir essa lacuna quando te for visitar aos Açores! Ainda vamos fazer aí um encontro do CNOCA lá para Setembro de 2010...

    Abraço

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  2. Boas!

    Concordo plenamente "a solução está na persistência".....

    Ando a tentar voltar a essas terras, a mulher quer este ano mas para o meu companheiro (irmão) este não é o melhor ano.... logo se vê.

    Um Encontro do CNOCA aí com um voo relativamente barato é que era!!! Fica a deixa.

    Cumprimentos,

    Hugo da Guia

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