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sábado, 10 de outubro de 2009

Aventuras em África: Gana


Compromissos profissionais conduziram-me a África durante vários meses no início de 2009, mais especificamente à costa ocidental africana e Golfo da Guiné, tendo a oportunidade, nesse périplo, de visitar, entre outros países, o Gana, os Camarões, o Gabão e o Senegal. Relato aqui, de forma sumária, as minhas parcas experiências relacionadas com a pesca submarina nestes quatro países: desta vez é sobre o Gana.

Busua Beach, GANA

Só após mais de um mês de viagem consegui, finalmente, fazer pesca submarina! Após passagem por Dakar, no Senegal, sem poder aí ir à agua, estava já há alguns dias no Gana, mais propriamente numa cidade que é, na realidade, duas cidades juntas, Sekondi-Takoradi (as duas cidades uniram-se em 1946, tornando-se na 3ª maior cidade do Gana), quando fui com um companheiro Americano tentar a sorte em Busua Beach. Esta é uma praia tropical a 50 km para oeste de Sekondi-Takoradi, conhecido “spot” de surf, com um “resort” turístico de qualidade nomeado a partir da praia onde se situa.

Já antes tinha tentado pescar numa praia da cidade(s) de Sekondi-Takoradi onde estava, mas a agua estava tão suja que mal se viam dois palmos ah frente do nariz. Para alem disso a agua estava quentíssima e eu não conseguia aguentar o meu velho fato de 5mm. De forma que, dessa vez, entrei na água e saí logo! Mas, desta vez, em “Busua Beach” as coisas correram um bocado melhor. A praia é muito bonita, situada numa pequena baia com uma pequena ilha com dois coqueiros, a menos de uma milha de distancia da costa.


2. Perspectiva de Busua Beach com o ilheu ao fundo

3. Perspectiva de Busua Beach

De facto a praia era bonita, mas para a pesca é que não era nada de especial, sobretudo considerando que estávamos em África. Entre a ilha e a praia, o fundo, com 15 metros na parte mais funda, era de pedra, mas esta completamente lisa e sem qualquer vida. Onde havia peixes era já perto da ilha, num local baixinho, num dos lados onde havia alguma rebentação. A visibilidade também não era nada de especial, cerca de 3 a 4 metros (aqui no Gana há bastante "upwelling" o que turva consideravelmente a agua). Os maiores peixes que havia eram papagaios de cerca de 2,5 kg. Experimentei finalmente a minha arma nova de 1m20, uma Pelaj Nemesis e é muito fácil de carregar e precisa no tiro, contudo achei-a um pouco pesadona. Apanhei dois papagaios com ela. Depois fui experimentar a minha Omer de 90, que equipei para esta viagem com dois elásticos, e, isso sim, portou-se muito bem!! Muito mais manejável, o tiro com um alcance espectacular e uma precisão fantástica (até porque por ser mais manejável facilita a pontaria). Já me estou a ver a utilizá-la para as douradas!!! O primeiro peixe a que atirei para testar a pontaria foi a uma espécie de castanheta negra, mas muito maior do que as que há na Madeira, e… na mouche. Depois apanhei um bodião castanho do género daqueles que há na Madeira e nos Açores, um “Red Snnaper” e outro papagaio. Todos os peixes ficaram no fio da arma. A profundidade aqui seria cerca de 5 a 6 metros. Fiquei com curiosidade de ver o que haveria do lado de fora da ilha em maiores profundidades, mas o Sol já se punha e havia que regressar. O Frank, não obstante ser a primeira vez que pescava e ter começado com medo dos tubarões, apanhou rapidamente o “bichinho” e mesmo sem ter apanhado nada estava reticente em vir embora. Tive que insistir para o convencer a regressar à praia.
4. O meu parceiro de pesca Frank Florio termina uma apneia

5. Um papagaio pro jantar, a praia ao fundo

6. Momento romantico: eu e um papagaio ao pôr-do-sol

7. Eu e Frank com a pesca desse dia

8. Katrina na loja/centro de surf, com o pequeno restaurante onde cozinhei o peixe

8.a Peter na cozinha entre o seu pessoal

9. Perspectiva de Busua Beach com o ilheu ao fundo

10. Perspectiva de Busua Beach

Enfim não apanhei nada de especial mas gostei muito da jornada pois já não mergulhava há cerca de um mês e meio e o cenário era de facto fantástico.
No regresso à praia, já de noite, perguntei aos encarregados dos caiaques onde poderia cozinhar metade do peixe, que a outra metade seria para eles. Encaminharam-me para uma “surf shop” de um simpático casal de americanos, o Peter e a Katrina, que se fartaram dos “States” e resolveram aplicar as suas economias neste paradisíaco local do Gana, onde também se envolvem em projectos de desenvolvimento comunitário. A loja/centro de surf, chamada “Black Star”, tem um pequeno restaurantezinho de praia onde me foi permitido cozinhar o peixe. Finalmente provei o peixe-papagaio, que já me tinha sido recomendado pelo António Pacheco, e, de facto, é delicioso: em filetes, muito pouco cozinhados, acompanhado de arroz de vegetais!!! O Peter e a Katrina disseram que foi o melhor peixe que já tinham comido no Gana! Há uma razão para isso à parte dos méritos do cozinheiro, é que aqui o peixe é sempre excessivamente cozinhado, provavelmente inicialmente por razões sanitárias, mas foi costume que se entranhou. Como que a provar esta tese, ao invés dos nossos anfitriões americanos, as suas cozinheiras, locais, recusaram-se a provar o peixe que eu cozinhei alegando estar cru! Mas ninguém se importou muito, pois peixe foi coisa que não sobrou. Que bela maneira de acabar o dia, só faltava mesmo aquele vinhozinho português a acompanhar…

António Mourinha

(P.S.: para quem for ao Gana e pensar em ir a Busua Beach aqui seguem os contactos do Peter: Email Shop info@blackstarsurfshop.com ; Peter Nardini peter@blackstarsurfshop.com Telefone 00-233-207412398; ou uma visita à loja do Pete à distância de um clique em http://www.blackstarsurfshop.com )


2 comentários:

  1. boa noite, gostaria de saber o que é necessário para fazer pesca submarina em cabo verde durante um período de ferias.

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