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sábado, 10 de outubro de 2009

Aventuras em África: Cabo Verde


Em Dezembro de 2007 compromissos de serviço levaram-me por duas semanas à Ilha de Santiago em Cabo Verde. Nesse período consegui aproveitar o Fim de Semana para mergulhar.
No Sábado, acompanhado por outros camaradas que também lá se encontravam, fui até ao Tarrafal. Estando os meus companheiros mais virados para o descanso na praia, concertei-me com um pescador local para este me levar no seu pequeno barco, que se encontrava acabadinho de pintar, para a pesca em locais mais afastados, pois ali não parecia haver grande possibilidade de capturar peixes de jeito. Combinei pagar-lhe 15 euros e dar-lhe metade do peixe que capturasse.
Lá fomos contornando a costa no sentido dos ponteiros do relógio, passámos o farol e seguimos mais para NE. Uma vez chegados a um local que o pescador dizia ser bom imediatamente mergulhei. Era uma zona onde se fazia sentir a ondulação larga que vinha de norte e onde consequentemente havia algum movimentos das águas. No primeiro mergulho que fiz vislumbrei logo uma tartaruga que nadava preguiçosamente junto ao fundo. No segundo mergulho encontrei um grande tubarão ama, com cerca de dois metros, que repousava ao soqueiro de uma rocha. Contei ao pescador do meu encontro, tendo-me sido logo solicitado que capturasse o dito tubarão. Não me agradando a tarefa, pois capturar um tubarão ama repousando no fundo não é feito de que me fosse orgulhar, mas com a noção de que também estava a pescar para o pescador, lá mergulhei à procura do dito tubarão. Não posso, contudo, esconder que foi com alguma satisfação que constatei que o tubarão, tendo-se apercebido da minha presença, tinha desaparecido para outras paragens. Em contra-partida capturei um grande choco… Mas quando ia a colocá-lo no barco, o meu anfitrião não deixou: então ia-lhe sujar a barquinho acabadinho de pintar? Que ficasse na água com o choco até este acabar de largar a tinta!!! Assim fiz, e, enquanto esperava, passou-me por baixo a meu amigo tubarão ama, como que consciente de que eu nessa altura não o poderia arpoar…
Finalmente após alguns minutos lá consegui colocar o choco no barco e prosseguir a minha pesca. Num agachon entrou-me um badejo de mais de 2 kg, esperei, e quando achei que já estava a uma distância passivel de ser arpoado disparei… mas tinha-me enganado afinal estava mesmo no limite do alcance do fio da arma. Como resultado o arpão não atravessou o peixe que ficou solto, no entanto, como o tiro fora bom, ficou também com a espinha partida a meio, pelo que apenas conseguia nadar em circulos apertados. Voltei à superficie sem perder o peixe de vista – coisa fácil em águas de Cabo Verde, mesmo quando o fundo está a mais de 13 metros de profundidade – e carreguei o mais rapidamente possivel a arma. Fiz um coulée em cima do peixe e aí foi fácil apanhá-lo. Esta foi a minha melhor captura deste dia, pois apenas capturei mais uma meia dúzia de pequenos peixes, que não capturaria não fosse ter que providenciar peixe para o pescador. Este após cerca de 1h 30m começou logo a alegar que estava com pouco combustível e que tinhamos que regressar!
Nesse dia fiquei apenas com o badejo, mesmo assim contra a vontade do pescador que afinal queria ficar com o peixe todo! Deu uma excelente massada para 6 pessoas e posso assegura-vos que não sobrou nada.

Imagens da Praia do Tarrafal, nesta vê-se o farol ao fundo.


Praia de S. Francisco (lado esquerdo)

No dia seguinte decidimos ir para a Praia de S.Francisco, que fica alguns Km a NE da Cidade da Praia. Aí fui pescar à barbatana para o lado esquerdo da praia. Vi grandes cardumes de cirurgiões, alguns bodiões ou vejas (consoante a designação madeirense ou açoriana), vários vermelhões (um peixe vermelho semelhante ao alfonsim ou imperador, mas mais pequeno, de um vermelho mais escuro e com algumas manchas irregulares). Estes por serem deliciosos fui-os apanhando. Vi ainda dois grandes peixes papagaios que passaram longe e não me deram qualquer hipótese. Já quando regressava e vinha caçando à indio numa zona mais baixa, com cerca de 5 metros, e com menos visibilidade, atravessa-se-me à frente um enorme peixe papagaio. O tiro foi de instinto e nem fiquei com a certeza de lhe ter acertado, mas o forte puxão que senti de seguida e que entortou o arpão de aço de 6,5mm assegurou-me que sim. Recuperei o peixe e de facto era um papagaio enorme, com 6,5 Kg e que acabou por ser o meu troféu dessa viagem!

António Mourinha

5 comentários:

  1. Já tive a oportunidade de ir à ilha de Santiago por duas vezes, onde também tive o prazer de conseguir fazer um snorkeling na praia do Tarrafal e na de S.Francisco. São fundos bonitos mas que me deixaram o desejo de ver algo maior noutros locais mais quentes... O material para minha infelicidade teve de ficar em Portugal, mas quem sabe para a próxima a oportunidade não escape.

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  2. Boa tarde, gostaria de perguntar se sabe onde posso alugar equipamento em Santiago. cumes

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  3. Olá Paulo, infelizmente não o posso ajudar pois levei o meu próprio equipamento.
    Cumprimentos, e... boa sorte!

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  4. boa noite alguém saber coordenadas de locais de mergulho para a baía do tarrafal?

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  5. boa noite, gostaria de saber o que é necessário para fazer pesca submarina em cabo verde durante um período de ferias.

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