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terça-feira, 9 de novembro de 2010

Uma pescaria entre amigos


Chegados à praia, pelas 8:30, estava um mar espectacular, uma piscina. Decido entrar pelo lado direito enquanto os meus companheiros de jornada, António Mourinha e Manel Nobre de Sousa entram pelo lado oposto. Armo a espingarda de 100, e ainda com com pouco mais de dois metros de agua passa mesmo à minha frente, a uns 2 mts e em ritmo de passeio vindo do lado direito, um robalo com cerca de 1 mt de comprimento, com as suas espinhas dorsais bem abertas, impressionante. Tinha no entanto, para meu desespero, a arma a apontar para trás, foi impossível tentar o tiro. Passados uns 5 minutos voltei avistá-lo ao longe, ainda nadei em sua direcção mas não deu hipótese. Prossegui olhando para uns buracos onde apanhei uma navalheira. Entretanto decidi rumar ao lado esquerdo para onde tinham seguido os meus companheiros. Fiz a travessia numa zona não muito funda, na esperança que a visibilidade me permitisse ver algum linguado , mas nada. Chegado ao outro lado, vejo um polvo sob uma laje a apanhar os primeiros raios de sol, enfião com ele. Prossigo, passando por bons cardumes de salemas, mas sem grandes sargos ou robalos . Entretanto numa escarpa vejo uns bons sargos a mariscar, atiro e apanho um com cerca de 700 gms. Prossigo, entretanto o Mourinha começa-me a chamar, vou ao seu encontro, já com um safio no enfião tinha acabado de marcar outro safio, questionando-me se estava interessado, mas como tenho a arca em casa bem "aviada" deste espécime, agradeci-lhe e continuei. Cheguei a uma zona com vários buracos, num deles vejo uma fenda com três ou quatro bons sargos, disparei ao maior e saqueio-o rapidamente, tinha o tamanho do primeiro, noutro buraco, apanhei outro sargo do mesmo calibre, até que dei com um buraco com uns 4 mts de comprimento onde estava um belo sargo ao fundo a toda a largura do buraco, estiquei o braço e dei um tiro certeiro. Fica uma imagem que tão cedo não esquecerei, o bicho a contorcer-se à medida que ia puxando o fio do arpão. Ainda dei com um buraco semelhante igualmente com um bom sargo, que no entanto não me deu qualquer hipótese de tiro, tendo escapado por outra reentrância do buraco.

Entretanto tinham já passado umas 4 horas e estava na altura de regressar: com 4 bons sargos, 2 polvos e uma navalheira dava-me por satisfeito!
Já na praia, o Mourinha, com um safio, 2 polvos, 5 rascassos, 2 pequenos sargos e 9 bruxas, e o Manel, com 3 safios, também estavam satisfeitos e assim demos por terminada uma bela jornada, pela beleza do local, pela pescaria e pela companhia.

Com um abraço e votos de bons mergulhos,
Eurico Vale

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Exemplares interessantes em S. Miguel



Viver numa ilha como esta, podendo ir com alguma frequência ao mar, torna-nos um pouco mais selectivos e leva-nos a procurar variar e encontrar alguns troféus.
Durante este verão, e apesar de o ter tentado, ainda não foi possível encontrar-me com o wahoo ou o grande lírio com que tenho sonhado, mas...
Aliás, até já tive um encontro com um lírio de uns 12 ou 15kg, mas a falta de calma e o erro no julgamento da situação (espécie, tamanho e distância) levou-me a dar um tiro de instinto em vez de um tiro certeiro, pelo que o tiro na bochecha só deu para o sentir a desenrolar todo o fio do carreto em poucos segundos e rasgar-se no final.

Mas é suposto este pequeno artigo falar dos êxitos e não dos fracassos, pelo aqui vos trago umas fotos de uma serra de 2,9kg e de um peixe-cão de 3,6kg. Decidi ainda acrescentar uma foto de uma anchova de 5,5kg apanhada nos mosteiros em julho, porque apesar de um peixe considerávelmente mais simples de apanhar quando se aproxima de terra, é sempre um peixe bonito para compôr o ramalhete.
A serra foi apanhada em setembro, numa tarde de mar chão e visibilidade de uns 30 metros por fora do molhe de Ponta Delgada. Andava um cardume a caçar por volta dos 15 metros e vi-as por duas vezes. À segunda atirei-me a elas numa perseguição, entrando pelo lado do cardume, e quando achei que estava suficientemente perto disparei. Ainda assim, estava mais longe do cardume do que pensava, mas os dois elásticos fizeram um bom trabalho, apesar do tiro ter sido bem para trás do pretendido.

Quanto ao peixe-cão, um peixe bem diferente mas igualmente difícil, costuma andar fundo e apenas tinha apanhado um deste tamanho nas Flores, onde é considerávelmente mais comum e confiante. Apanhei-o ontem numa baixa por fora da ponta da ferraria que vem dos 20 até aos 11 metros. Vi-o por cima da baixa onde me andou a dar baile algum tempo. Quando me consegui aproximar dele o que achei o suficiente, apesar da corrente que se fazia sentir me diminuir considerávelmente as apneias, disparei e vi o meu tiro com a 110 e 2 elásticos de 16 demorar uma eternidade a acertar-lhe e ser insuficiente para o trespassar. Porra! Mais uma vez tinha achado o peixe menor e mais perto do que era a realidade. Sabendo que se encontrava ferido, fui preparando melhor as apneias e fui bater os buracos na parede próxima onde era bem possível que ele se tivesse escondido. Ao fim do terceiro mergulho, lá estava ele escondido bem no fundo de uma fenda a 15,5m e de onde não seria fácil tirá-lo. Preparei nova apneia, agora com a arma só com um elástico na mínima força, e fui direito a ele dando-lhe um tiro mortal. A partir daí, foram necessários mais quatro mergulhos para o retirar de lá, mas acreditem que senti o esforço recompensado quando o trouxe para cima.



Abraço e boas caçadas,

Rogério Santana