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sábado, 10 de junho de 2023

Resultados XI Troféu de Pesca-submarina do Dia da Marinha / Campeonato Regional de Pesca-submarina do Continente 2023

    O Clube Náutico dos Oficiais e Cadetes da Armada (CNOCA), com o apoio da Câmara Municipal de Viana do Castelo, realizou neste município no passado domingo, dia 4 de junho de 2023, o Campeonato Regional de Pesca-submarina do Continente 2023, em simultâneo com o XI Troféu de Pesca-submarina do Dia da Marinha 2023.
    A prova do calendário de atividades da Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas (FPAS), contou com 39 atletas inscritos e serviu para apurar o Campeão Regional do Continente da modalidade, bem como para iniciar o apuramento dos atletas que irão na próxima época disputar o respetivo campeonato nacional. Além de se enquadrar nas atividades da cidade de Viana do Castelo como Cidade Europeia do Desporto, esta encerrou as atividades desportivas levadas a cabo pelo CNOCA no âmbito das comemorações do Dia da Marinha de 2023, com o XI Troféu de Pesca-submarina do Dia da Marinha a distinguir os maiores exemplares.
    O evento teve lugar na Praia Norte, tendo a zona de entrada na água sido efetuada junto ao Castelo Velho (Forte da Areosa). Assim, após a reunião inicial, os atletas equiparam-se e começaram a sua jornada de 5 horas às 09h20m com a maré quase na baixa-mar, depois de transporem a zona rochosa típica da orla costeira da região. Esta situação foi novidade para muitos dos participantes, mas com cuidados redobrados todos o conseguiram fazer em segurança.
    No mar, antes do início da prova, já estavam os meios do dispositivo de segurança, nomeadamente um semirrígido e uma mota de água com recuperador do Instituto de Socorros a Náufragos (ISN), e duas embarcações contratadas para o efeito, às quais pouco depois se juntou uma terceira.
    As condições do mar e de visibilidade estavam formidáveis, com o mar chão, sem vento, a água a 14º C com 10 metros de visibilidade na maior parte das zonas e apenas alguma neblina, os atletas dividiram-se para Norte e Sul do ponto de entrada. As capturas foram surgindo, sendo que todos os atletas que fizeram praticamente a totalidade do tempo de prova obtiveram várias capturas válidas. Prova deste facto é a percentagem obtida pelo último atleta que pontuou. À saída da água deu para constatar o tamanho dos belos bodiões, os diversos safios capturados, bem como 2 magníficos robalos capturados pelo atleta Ricardo Alves do Clube Naval de Peniche, entre alguns sargos e robalos de bom porte.
    Entregue o peixe à organização, os atletas dirigiram-se para a zona de pesagem, que após um pequeno contratempo devido à brisa que se fazia sentir e ao seu impacto na balança oficial da prova levou a alterar rapidamente a logística associada. Durante as pesagens, não foi de todo possível descortinar a ordem da classificação, uma vez que o número de exemplares e de espécies dos atletas eram muito semelhante. Os peixes que não obtiveram o peso mínimo foi nesta prova e na generalidade pouco expressivo face à totalidade do pescado capturado.
 
Assim, só na leitura das classificações se percebeu e constatou a ordem final, a qual se publica:
XI Troféu de Pesca-submarina do dia da Marinha 2023 - Maior Exemplar
1º Classificado: Ricardo Alves (Robalo com 5.798 g) / 2º Classificado: Luis Prata / 3º Classificado: Dárcio Fonseca.

Obervação: O atleta Nuno Gaudêncio recebeu o prémio do 3º classificado.
Campeonato Regional de Pesca-submarina do Continente 2023 - Feminino
1ª Classificada: Rita Teixeira / 2ª Classificada: Beatriz Lopes.

Campeonato Regional de Pesca-submarina do Continente 2023 - Masters
1ª Classificado: Luís Prata / 2ª Classificado: Diamantino Dias / 3º Classificado: António Mourinha.

Campeonato Regional de Pesca-submarina do Continente 2023 - Sub-24
1ª Classificado: Erik Carvalho / 2ª Classificado: Fábio Pereira / 3º Classificado: João Santos.
Campeonato Regional de Pesca-submarina do Continente 2023 - Equipas
1ª Classificada: CNOCA / 2ª Classificado: Clube Naval de Peniche / 3º Classificado: Clube Naval de Portimão.

     A organização em conjunto com a Câmara Municipal de Viana do Castelo ofereceu o pescado doado pelos atletas ao Centro Social e Paroquial de Nossa Senhora de Fátima (IPSS), tendo em vista contribuir para uma causa social com pescado fresco.

    O CNOCA agradece e enaltece a presença de todos os atletas, dos patrocinadores - Pinguim Sub e Slippy, dos colaboradores do evento - Câmara Municipal de Viana do Castelo e Capitania do Porto de Viana do Castelo, e, a título individual a todos as pessoas que deram o seu contributo para a realização da prova, nomeadamente ao Rui Pedro (Pedrosa) e ao Miguel Machado. Uma palavra também de apreço ao Clube de Vela de Viana do Castelo pelo apoio prestado.


Material a sortear da Pinguim Sub e da Slippy, bem como uma t-shirt da Câmara Municipal de Viana do Castelo.

PS - Contributos ao post publicado ou eventuais correções, agradecemos que contactem o Hugo da Guia (963 107 028).

sábado, 27 de maio de 2023

XI Troféu de Pesca-submarina do Dia da Marinha / Campeonato Regional de Pesca-submarina do Continente 2023


    O Clube Náutico dos Oficiais e Cadetes da Armada (CNOCA) com o apoio da Câmara Municipal de Viana do Castelo, irá levar a cabo a organização do Campeonato Regional de Pesca-submarina do Continente 2023, em simultâneo com o XI Troféu de Pesca-submarina do Dia da Marinha 2023, o qual irá distinguir os maiores exemplares capturados por atleta.

    Esta candidatura surge pela importância dos Campeonatos Regionais e da eleição dos respetivos Campeões Regionais, bem como pelo facto da prova servir para selecionar a nível nacional os atletas que podem vir a disputar o próximo Campeonato Nacional da modalidade. O cidade que irá receber o evento é Viana do Castelo, este ano nomeada como Cidade Europeia do Desporto.

    Assim, no dia 4 de junho - domingo (dia de reserva - 3 de junho - sábado), terá lugar em Viana do Castelo o Campeonato Regional. Embora a zona de prova seja selecionada até 72 horas de antecedência, existem 3 zonas de prova pré-selecionadas: Praia da Amorosa, Praia do António (Vila Praia de Âncora) e Praia Norte (ponto de encontro junto ao Forte da Areosa / Castelo Velho).

Ponto de Encontro: Forte da Areosa / Castelo Velho.

    O programa e restante informação consta no edital do evento publicado em http://www.fpas.pt/evento/92-campeonato-regional-do-continente-de-pesca-submarina-2023, remetendo-se de seguida os horários mais relevantes:

- 08h00m: Concentração;
- 08h20m: Reunião técnica;
- 09h00m: Início da prova;
- 14h00m: Fim da Prova;
- 14h45m: Pesagens (Praia Norte);
- 16h00m: Entrega de prémios e ofertas.

    Embora as inscrições tenham de ser efetuadas na área privada das entidades coletivas filiadas na FPAS (http://www.fpas.pt/login), o CNOCA encontra-se disponível para qualquer questão através o e-mail cnoca@marinha.pt. Relembra-se que as primeiras 40 inscrições têm como oferta um casaco alusivo ao evento.


    Votos de muitas inscrições e de uma boa prova, bem como de agradecimento a todas as entidades envolvidas e apoios prestados.


O Diretor de Prova,

sexta-feira, 13 de maio de 2022

Campeonato Regional de Pesca-submarina - Madeira 2022 / Resultados

    O Clube Náutico dos Oficiais e Cadetes da Armada participou no passado sábado, dia 7 de maio de 2022, no Campeonato Regional de Pesca-submarina da Madeira. O clube esteve representado por 3 sócios, Rogério Santana, Hugo da Guia e Jorge Luz, sendo que a prova teve lugar em Porto Moniz.

    Assim, os nossos 3 atletas deslocaram-se para a Ilha da Madeira mediante a sua disponibilidade, sendo que o Rogério Santana e o Hugo da Guia conseguiram ainda fazer uns dias de prospeção antes do campeonato. Embora as previsões meteorológicas e oceanográficas fossem encorajadoras, a realidade fintou-os um pouco,  o que fez com que só mergulhassem num dos dias na zona de prova e de forma muito mais limitada do que se esperava. Mesmo assim os atletas conseguiram fazer uns treinos, principalmente na costa Sul da ilha, servindo para se ambientarem às águas sempre muito diferentes da Madeira. Os treinos foram sempre partilhados com o atleta Tiago Mota, este ano a representar o Clube do Estoril Praia.

    Já o atleta Jorge Luz, pai pela terceira vez há cerca de 2 meses e a frequentar o Curso de Promoção a Oficial Superior, não conseguiu tirar férias e só chegou de véspera.

    Neste contexto, os nossos atletas compareceram no sábado pelas 8 horas no porto do Porto Moniz, juntamente com o Tiago Mota e mais 28 atletas, num total de 32 competidores. O Mar nesse dia apresentou-se com ondulação de Nordeste com cerca de 0,5 metros de altura, com um período considerável que se fazia sentir nas zonas mais baixas, já o vento soprava moderado de Este, algo que se fazia sentir e bem, criando mesmo alguma vaga. Ao nível da visibilidade, tirando uma zona mais suja com cerca de 2 metros, era quase sempre superior a 14 metros, sendo a nebulosidade o fator que mais a condicionou.

    Face às caraterísticas da zona de prova (tipo de fundo vs tipo de pesca, às condições existentes, etc...) e local de entrada, os nossos atletas optaram por pescar a Este do porto de abrigo, tendo para isso que enfrentar inicialmente o vento de frente e alguma corrente que se fazia sentir até à zona dos Ilhéus da Ribeira da Janela (a cerca de 1 minha náutica). Enquanto que o Rogério Santana e o Hugo da Guia optaram por pescar mais encostados, até à cota dos 14 metros, o Jorge Luz explorou umas baixas mais por fora, fazendo mergulhos abaixo dos 18 metros. Mesmo assim e infelizmente, sem grandes resultados...


    Na generalidade não saiu muito peixe, e os nossos atletas não foram exceção. Os pescadores acabaram por se distribuir de forma semelhante para Este e Oeste do porto de abrigo, não tendo sido esse o fator decisivo para a classificação geral, foi certamente uma estratégia muito ponderada por todos.

    O Rogério Santana, durante as cinco horas de prova, acabou por capturar apenas uma moreia (que não pesou) e um bom polvo. Passou grande parte do tempo a visitar alguns buracos de sargo conhecidos e a tentar capturar alguma das tainhas que se encontravam quase em seco, mas sem sucesso. Arpoou ainda uma veja de bom porte que acabou por se rasgar...


    O Hugo da Guia capturou 4 vejas, 1 fura vasos e 2 sargos. No seu percurso tentou ir variando por diversas vezes a cota em que pescou na tentativa de perceber o que poderia ser mais benéfico... as vejas ou os sargos!

    O Jorge Luz capturou 3 vejas e um badejo, este último sem o peso mínimo veio mesmo a penalizar.


    À saída da água havia 3 pescas que se destacavam, a do Cláudio Vieira, do Márcio Cardoso e do Tiago Mota. Os peixes que mais saltaram à vista foram uma grande preguiçosa, dois bons peixes-cão e uma bicuda, bem como alguns salmonetes.

    Após os atletas se desequiparem e retemperarem energias com uma bifana e alguma bebida, tiveram início as pesagens, nas quais sem surpresas se percebeu quem ficaria no TOP3 da classificação individual.

    




    


    A classificação por clubes, na qual o CNOCA em 2021 tinha sido Campeão Regional, este ano ficou ordenada da seguinte forma:


    O maior exemplar foi atribuído ao Cláudio Vieira pela captura de uma preguiçosa com 3.895g.
 
    
    Mais importante do que tudo isto, acabou por ser a entrega de todo o pescado capturado, o qual se destinou à organização de um almoço solidário no dia seguinte à prova, em que a receita angariada reverteu para "a causa maior":


    Os atletas do CNOCA tiveram o maior privilégio em participar no Campeonato Regional de Pesca-submarina da Madeira e em contribuir da forma possível para o Tomás e respetiva família.


Parabéns à organização, felicidades e até para o ano - Saúde.



segunda-feira, 26 de julho de 2021

XIV Encontro de Pesca-submarina do CNOCA - Peniche 2021

Dando continuidade à nossa já tradição, realizámos no passado domingo, dia 25 de julho de 2021, o XIV Encontro de Pesca-submarina do CNOCA. Depois do interregno de um ano, considerámos que estavam reunidas as condições de segurança para a realização do nosso encontro.

Feitas as votações, fomos até Peniche e tivemos bastante sorte, pois o mar estava impecável para a prática da modalidade, tendo a zona de pesca escolhida recaído na área da Papôa.
Como não podia deixar de ser e com marés grandes a ajudar, todos sentimos a famosa corrente na Papôa. Desde logo quase todos os participantes optaram por pescar mais encostados, apenas alguns com mais perninhas foram espreitar por fora mas a corrente e a água tapada e gelada também dissuadiram esses corajosos. Com a maré baixa, água gelada e pouco peixe e de pequeno tamanho, a pesca ao buraco foi a eleita para a procura dos melhores exemplares.
Resumindo, os onze “jovens” atletas tiveram que dar no duro para capturar o seu derradeiro exemplar, pois o nosso regulamento para este ano só permitia a avaliação de um peixe por atleta. A cada participante apenas foi permitido levar um exemplar a votação e, entre todos os participantes, foi feita a votação para os três melhores exemplares.
O pódio ficou assim definido:
1º Classificado, um excelente exemplar de rascasso, capturado pelo Jorge Luz;
























2º Classificado, um grande sargo, capturado pelo Mário Andrade;

3º Classificado, uma bonita abrótea, capturada pelo Rana (Luís Veríssimo).


Apesar destes terem sido os exemplares vencedores ainda houve lugar para outras capturas como safios, santolas e outro marisco, porcos bem grandes, sargos e polvos. Todos fizeram a sua pesca.

Na água desde as 8 horas, a melhor parte aproximava-se. Assim que soaram as 1300, foi a correria para desequipar, fazer a votação dos exemplares e seguir rapidamente para o almoço.
O almoço dificilmente poderia ter sido num sitio melhor, almoçamos com a vista maravilhosa sobre o mar da Consolação, sentindo a brisa do mar na cara e o refresco gerado por inúmeras fresquinhas…
O tempo de almoço quase que ultrapassava o tempo da pescaria. Foram horas de convívio, conversas e histórias onde todos à mesa recapturámos caixas de peixe…

Terminámos com um sorteio de prémios e com as fotografias da praxe… com os sortudos do costume a levarem os prémios para casa!

Agradecemos a presença de todos os atletas, ao Jorge Luz pela dinamização do evento e pelos prémios, o apoio da HsDrop e da Pinguim Sub, e aproveitamos ainda para deixar um abraço especial aos que não conseguiram estar presentes por motivos de força maior…


Para a próxima voltaremos ainda mais fortes.


segunda-feira, 19 de julho de 2021

Campeonato Nacional de Pesca-submarina - Nazaré 2021 / Resultados

No fim de semana de 26 e 27 de junho, realizou-se, finalmente, o Campeonato Nacional de Pesca-submarina na Nazaré.

Os atletas já ansiavam por esta prova desde meados de 2020, que era sucessivamente adiada por razões pandémicas ou meteorológicas. Felizmente, no último fim de semana de junho estavam reunidas as condições para a realização da prova, concretamente entre as zonas dos Salgados e a Foz do Arelho. E, assim foi, para mal de muitas tainhas, salemas, bodiões e os demais.

As condições de mar nas semanas que antecederam a prova não deixaram margem para uma boa prospeção, pelo que a maioria dos atletas deslocou-se para a zona de prova no dia anterior ou mesmo no dia da prova. Os atletas do CNOCA não foram exceção, no meu caso, cheguei ao porto de abrigo da Nazaré no dia 25 pelas 11 horas da manhã e iniciei uma voltinha de reconhecimento pela zona 1, e embora a visibilidade fosse fraca, (água esverdeada e com muitas algas em suspensão), observei vários cardumes de “salemossauros”, tainhas muito acessíveis, sargos de bom porte e alguns robalos, estes muito duvidosos em termos de peso.

Na zona 2 o Hugo da Guia e o Rogério Santana faziam o mesmo, e mais tarde juntamente com o Jorge Luz e o Tiago Mota, trocamos todos umas impressões para concluir que na zona 2 o peixe era mais fraco mas a visibilidade melhor. Era também consensual de que havia pouco peixe por fora, um sinal de que iria ser um primeiro dia de prova difícil.

No sábado a 1ª jornada teve o seu início com a habitual partida louca em direção aos pesqueiros, e eu resolvo ficar na ponta de pedra mesmo em frente ao início da prova. Com boa visibilidade consegui identificar uns robalos, mas de porte muito pequeno, e logo de seguida um bodião pontuável, que atiro prematuramente e acaba por rasgar. É aqui que a concentração de um caçador submarino tem de estar em modo zen, deixar fugir pontos logo nos primeiros 5 minutos não é bom. Há que manter a calma e continuar a prova, no entanto, acabo por não ver mais peixe pontuável naquela zona e perder uma hora de prova.

Sem um único ponto na geleira, rumo a sul à procura de um pesqueiro, isto porque no dia anterior só tive tempo de reconhecer a zona 1. Com o instinto apurado, abrandei numa zona de laje, e assim que entro na água “faturei” 3 bodiões em menos de 15 minutos, nada melhor para restabelecer a calma e ganhar confiança.

Continuo a percorrer aquelas lajes de pedra à barbatana, até que descubro uma salema num buraco mesmo na zona da rebentação. Um tiro mal calculado e o peixe acaba por rasgar, outro peixe rasgado e, começam novamente aqueles pensamentos - “devia ter esperado para dar um tiro mais certeiro”, “se calhar o arpão está torto”... Enfim, com o tubo na boca também não dá para praguejar, e na pesca isso não ajuda em nada.

Continuando mais para Sul, mas já a recear pelas horas a passar. Acabo por arriscar noutra zona de rebentação e consigo faturar um sargo entocado. A rebentação era forte e a minha boia andava a bater nas pedras, quando a recolho para pendurar uma salema, o sargo já não existia, tinha desaparecido do enfião sem mais nem menos. Não foi por falta de aviso do Hugo da Guia, que na Madeira já tinha perdido um peixe do meu enfião... ao que parece é demasiado curto, lição aprendida mas da pior maneira.

Rasgar peixe já custa aceitar, perder peixe do enfião é inaceitável, ainda por cima por culpa própria. Nesta altura já me apetecia dar murros na tromba até aparecer o peixe.

Ainda assim, consigo arpoar outro sargo e levar 5 peixes à pesagem, mas que na balança por falta de 20 e 40gr nos bodiões, só pontuei com 3 peixes, ficando no 39º lugar da geral. O Tiago Mota, o Jorge Luz e o Hugo da Guia apresentavam um bom enfião e o Rogério Santana apresentava uma moreia com 4kg, sendo eu o último classificado da equipa do Clube.

Mas isso não me fez perder a fome ou a sede, enquanto apreciava um bom pedaço de carne grelhada ao jantar e rematava com um tinto reserva, focava-me o dia seguinte. É aqui que temos de manter o equilíbrio mental, porque a vontade de virar costas e esquecer a prova é grande, no entanto, é preciso oxigenar o cérebro, perceber os erros para emendá-los e continuar a remar contra a maré, “porque amanhã ainda é dia de prova”.

Domingo, 2º dia de prova, zona 1, sinto-me mais focado e mais relaxado. O ambiente da prova também leva a isso, a competição é quase feita entre amigos, alguns atletas competem há décadas e até caçam juntos, portanto trata-se de uma competição saudável e não de rivalidade clubística e provocações físicas como em alguns desportos.

Devido ao mar ter maior vaga no segundo dia, opto por uma zona mais abrigada, e nessa zona aposto nas pedras mesmo à borda de água. Isto porque o consenso era geral, não se via peixe por fora, a vaga era maior e mesmo com maré vazia, acreditei que o peixe estivesse encostado e escondido.

Começo a descobrir sargos entocados a 1 metro de água, alguns de bom porte. Mudei a arma para uma baby de 60, porque os buracos eram muito curtos e lentamente vou metendo pontos no enfião, que desta vez estava trancado em 2 pontos, e com 3 horas de prova tinha 7 sargos que claramente pontuavam, o maior com 1,6 kg, 2 bodiões e 1 abrótea com 2 kg. Segui aquela velha máxima, de não sair de perto do peixe, para outro sítio onde não se sabe se há peixe. Já com 4 horas de prova faço uns agachons na expectativa de arpoar uma tainha ou salema que já as tinha visto, e numa dessas esperas, entra um robalo de kilo a tiro. Atrás desse aparece outro maior, contudo nem me lembrei que tinha uma arma curta, tantas horas a matar peixe com aquela arma e mesmo assim..., o arpão nem lhe tocou, e os robalos piraram-se. Má decisão minha de fazer ali umas esperas com arma de 60, com medo de perder tempo e ir ao barco trocar.

Nesta altura comecei a sentir o cansaço acumulado nas pernas das apneias curtas mas sucessivas, que fazia naquelas pedras há cerca de 4 horas. Decidi parar para hidratar e alimentar-me, chegando-me mais perto do bote da federação onde terminava a prova. Aí perto, numa pedra que quase chegava à superfície e onde ainda caçavam cerca de 4 atletas, consegui meter mais dois bodiões na geleira e levar 12 peixes à pesagem. Nada mau comparado com outros atletas que não encontraram peixe e sofreram com as condições de mar.

Nesse dia consegui terminar em 17º lugar e recuperar alguns lugares na geral, acabando o campeonato em 23º. Destaque para o Tiago Mota, 15º lugar da geral, e para as provas sofridas no segundo dia do Jorge Luz que o atirou para o 24º lugar, bem como o Hugo da Guia e do Rogério Santana que terminam em 37º e 40º, num total de 67 atletas, onde alguns nem pontuaram.


Resumidamente, foi uma prova dura, água suja, mar batido e peixe difícil de encontrar. Afinal de contas estávamos na Nazaré a competir com os melhores de Portugal e do Mundo. O que torna a prova tão difícil também a torna desafiante, e por isso cá estaremos para o ano, onde quer que seja realizada.

Costumo dizer que nestas provas não há bons ou maus atletas, porque é uma combinação de estratégia, técnica, condição física, e claro, sorte. Basta um destes elementos não estar alinhado e a prova não será bem sucedida. É preciso muita experiência para ser um bom caçador submarino, mas ainda é preciso mais para triunfar numa prova deste calibre.

Parabéns ao novo campeão nacional, André Domingues.

E não podia finalizar sem deixar de agradecer aos meus companheiros de equipa, pela amizade que corre nestes encontros, ao meu barqueiro Mário Silva e o seu barco “teberem quétos” (um marshall com mais de 20 anos) e ao filho da escola Orlando Carmo, “Sari”, que me apoiou no mar e em terra. Sem vocês não tinha obtido este resultado.


Sócio Atleta
Mário Andrade